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São Paulo,12/12/2024

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Ruy Jobim Neto

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Rachel Sennott é "Shiva Baby" - filme de Emma Seligman
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Por Ruy Jobim Neto

 

 

Nestaedição de CLAQUETE, encontramos um clássico do cinema mundial, relembramos atrilha de John Barry composta para o filme “King Kong” e fazemos a resenha deuma brilhante coprodução com imenso sabor de América Latina.

 

Frases


JORGEFURTADO (foto)é gaúcho, roteirista e diretor de cinema e televisão, com trabalhos tanto naCasa de Cinema de Porto Alegre como na Rede Globo, é autor do clássico curta“Ilha das Flores” e do longa “O Homem que Copiava”, com Lázaro Ramos.

 



A co-produção “ZAFARI”,de Mariana Rondón, é poderosa


Umfilme feroz, brutal e muito instigante desde a primeira cena. Trata-se de “ZAFARI”(foto),omais novo filme dirigido pela cineasta venezuelana Mariana Rondón, a partir deroteiro coescrito com sua costumeira produtora, a peruana Marité Ugas. O filme,de 2024, já esteve neste ano no Festival de San Sebastián (norte da Espanha),onde foi indicado ao Prêmio Horizontes e na mostra oficial do Festival deBiarritz Amérique Latine (na França), tem distribuição no Brasil pela VitrineFilmes e, com data para talvez estrear prevista para 24.11.2024, deve entrarpara o catálogo do portal MUBI.

 

Aalegórica e poderosa película de 1h30min, segura o espectador desde o primeiroinstante. A mera chegada de um hipopótamo (o tal Zafari, do título) aozoológico local, começa a causar uma avalanche de conflitos entre vizinhos declasses sociais bem distintas. Num país distópico (e o filme tem a sutileza denão citar onde tudo se passa, mas percebe-se que estamos na Venezuela), ondetudo fica selvagem, desde os apagões de energia elétrica, a falta d’água e afome enlouquecedora – do estômago mesmo -, o hipopótamo é o único que pareceque tem o suficiente para se alimentar. Logo se percebe que a fome não é só ade comida, mas a de vida, de forma plena.

 

Protagonizadopela chilena Daniela Ramírez (no papel de Ana), o elenco conta com SamanthaCastillo, Francisco Denis e Varek La Rosa e tudo funciona muito bem – dacomposição dos personagens, em suas vertentes de uma família de classe médiaalta decadente disposta a tudo para ir embora do país e a do outro grupofamiliar, com os ocupantes do zoológico, os que alimentam o hipopótamo e outrosbichos, além de ocuparem a piscina do condomínio onde Ana, seu marido e seufilho moram. A relação sufocante dos personagens, em todas as suas camadas –sociais, econômicas, éticas, sexuais, selvagens, eróticas –vai num crescendoaté um desfecho insólito, com uma brutalidade que beira o cômico, de tão simbólicoe decadente. Como a Latino América.

 

Ascineastas Mariana Rondón e Marité Ugas trabalham juntas desde obras como“Postcards de Leningrado” (de 2007, dir.: Mariana Rondón), “O Menino que Mente”(de 2010, dir.: Marité Ugas) e “Pelo Malo” (de 2013, dir.: Mariana Rondón, comdistribuição internacional pela Figa Films), onde ambas escrevem os roteiros equando uma dirige, a outra produz. “Zafari”, que pre-estreou no Brasil na 48ªMostra de São Paulo, com a presença da cineasta e de um co-produtor brasileiro,teve financiamento de vários países – inclusive daqueles onde foi filmado –como a República Dominicana, México e Peru, além do apoio do CNC francês, doacordo Ibermedia e da Ancine brasileira.

 

MarianaRondón, bem reconhecida por seus trabalhos anteriores, consegue encapsular seuspersonagens do incômodo “Zafari” com maestria, despejando nas cenas tantoasfixia quanto desesperança, sensações que permeiam o ambiente, onde não se vêa ditatura de Nicolás Maduro, a não ser pela presença das motocicletas dos“colectivos”, tanto pela TV como pelo som, o que nos faz recordar, nesse nívelde sutileza, filmes como o argentino “Kamchatka”, de 2002, dirigido por MarceloPiñeyro. O que é real para o espectador é a fome que atravessa os pensamentos,as loucuras e todo o filme. Para ver o trailer de “Zafari”, no link https://mubi.com/en/films/zafari/trailer


 

ANORAnas bilheterias


Ovencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes 2024, “ANORA” (foto),filme dirigido e escrito por Sean Baker, orçado em US$ 3,250 milhões, atingiumais de US$ 2,4 milhões de dólares na bilheteria em uma semana e meia, somadoso mercado chamado de doméstico (EUA e Canadá) e o mercado internacional,especialmente nas salas da Rússia.

 

Tendoestreado em 18 de outubro, o filme ainda está em apenas 40 salas e tem muitochão para queimar em muitos países nas próximas semanas e meses, além das salasamericanas, onde rendeu US$ 1,6 milhão, somados os seis cinemas em Nova York eem Los Angeles, onde a distribuidora Neon está bombando.

 

Comsalas cheias por onde passa, “Anora”, de 139 minutos, segue as peripécias deAni, uma stripper moradora do Brooklyn, em Nova York, que acaba se apaixonandopelo herdeiro de uma poderosa família russa. Encabeçando o elenco, está aamericana Mikey Madison, cotadíssima para o Oscar de Melhor Atriz. A campanhados distribuidores tem sido feroz. No Brasil, a estreia está marcada para23.01.2025, com distribuição da Universal. Eis o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=K3f7jj8yJTo

 



Encontramos

 

“NOSFERATU”,de Murnau (1922)


Antesmesmo da chegada, no Natal de 2024, da nova versão dirigida pelo americanoRobert Eggers com um elenco estelar – Willem Dafoe, Lily-Rose Depp, BillSkarsgard, Nicholas Hoult, Aaron Taylor-Johnson e Ralph Ineson –, trazemos oclássico do cinema expressionista alemão “NOSFERATU” (foto), de F.W.Murnau, lançado em 1922. Trata-se da mesma história escrita pelo britânico BramStoker para “Drácula”, só que com nomes trocados para os personagens, poisMurnau não obteve os direitos dos herdeiros do autor inglês. Assim, o vampirãose chama Conde Orlok (papel de Max Schreck), da mesma forma como Bill Skarsgardinterpretará o papel no filme que chega em breve. Para ver o vampiro original,no link https://www.youtube.com/watch?v=-l2uo7h3c1U

 



No portal MUBI

 

SHIVABABY, de Emma Seligman


Danielle(a estupenda Rachel Sennott) é “sugar baby” de um rapaz por quem acabou, dealguma forma, afeiçoando-se. Sendo de família judia, quando ocorre a morte deuma parente, ela se vê às voltas com os mais constrangedores e engraçadíssimosencontros dentro de um shivá, o evento para o luto judaico, onde se depara comuma ex-namorada e com o “sugar daddy” dela, a bordo da esposa linda e de umbebê. “SHIVA BABY” (foto) comédia de situações que é longa de estreia dajovem e talentosa diretora e roteirista Emma Seligman, foi lançado em 2020 e temem sua protagonista a mais divertida e claustrofóbica personagem, graças aotalento cômico de Rachel Sennott (que não é judia, por sinal). Vale cada minutodo filme e ótimas gargalhadas. Para curtir a trama, em seus 77 minutos, pelolink https://mubi.com/pt/br/films/shiva-baby-2020

 



Trilha sonora

 

KING KONG (música:John Barry)


Ocompositor inglês John Barry, que nos entregou obras musicais para filmes como“Lion in Winter” e“Born Free” (dois de seus Oscars), além de trilhas e cançõesclássicas para vários longas da franquia 007 James Bond, em 1976 compõe e regea música para “KING KONG” (foto), o filme que lançou a estrela JessicaLange. Esta versão produzida por Dino Di Laurentiis e dirigida por JohnGuillermin, atualiza para a década de 1970 a estória clássica contada empreto-e-branco por Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack em 1933, com FayWray no papel da mocinha carregada pelo gorilão, muito antes da versão dodiretor Peter Jackson, de 2005, com Naomi Watts. Para ouvir os temas de JohnBarry, no link https://www.youtube.com/watch?v=bXzzQOXhuEQ

 



Notinhas

 

TeriGarr– R.I.P.


Faleceuem 29.10.2024, em Los Angeles, aos 79 anos, a atriz americana TERI GARR(foto), que ficou conhecida por participações em comédias como “JovemFrankenstein” (dirigida por Mel Brooks) e “Tootsie” (filme de Sydney Pollack).Teri também fez parte de elencos como na alegoria de Francis Ford Coppola, “DoFundo do Coração”, contracenando com Raul Julia e também foi a esposa deRichard Dreyfuss na aventura “Contatos Imediatos de Terceiro Grau”, de StevenSpielberg.

 


 

Elencos



OUMAIMABARID


Ajovem atriz marroquina OUMAIMA BARID (foto) tem aparecido em filmesfranceses como “Animalia” (2023) e “Cabo Negro” (2024) e é o rosto que fechaesta CLAQUETE.

 

 


CLAQUETE batida!







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