FAMOSOS SE AVENTURAM NA POLÍTICA E DESCOBREM QUE 'FOCINHO DE PORCO NÃO É TOMADA', APÓS 'CHOQUE DE REALIDADE' NAS ELEIÇÕES

Seja bem-vindo
São Paulo,12/12/2024

  • A +
  • A -
Publicidade

FAMOSOS SE AVENTURAM NA POLÍTICA E DESCOBREM QUE "FOCINHO DE PORCO NÃO É TOMADA", APÓS 'CHOQUE DE REALIDADE' NAS ELEIÇÕES


FAMOSOS SE AVENTURAM NA POLÍTICA E DESCOBREM QUE Dudu Camargo, Marquito e Datena
Publicidade

A dona de um cabaré no município de Dourados, interior do Mato Grosso do Sul, Isa Jane Marcondes, tem muito o que ensinar aos artistas e jornalistas que se aventuraram na política, como nas eleições municipais deste ano. A começar pelo apresentador do programa policial Brasil Urgente, da TV Bandeirantes, José Luiz Datena, que foi candidato a prefeito da maior cidade da América Latina, sem o menor preparo para enfrentar os desafios de uma candidatura eleitoral, infinitamente maior que suas pretensões.

Em sua campanha eleitoral para vereadora em Dourados, Isa Marcondes, mais conhecida como "Cavala" (talvez em alusão ao tamanho da sua genitália), esbravejou pra tudo o quanto é lado que "o município está uma zona, e de zona, literalmente, quem entende é ela".

Logo, o sentido figurativo da frase explorada por Isa, foi facilmente decifrado pelos 2.992 eleitores e eleitoras que a transformaram na vereadora mais bem votada nas eleições deste ano, no município de Dourados, estado do Mato Grosso do Sul.


A 'cafetina' eleita vereadora em Dourados, MS.

O fato é que, a candidata falou duas verdades: uma em relação a 'zona geral' em que se encontra a situação político-administrativa da cidade, como é de conhecimento público; e outra em relação à zona despudorada, que é uma tradicional "casa da luz vermelha", que ela comanda  há anos na cidade, onde certamente deve existir um "baú da felicidade" repleto de segredinhos, capaz de tornar o mais "santo" dos cidadãos da localidade  em seu "voluntário" multiplicador de votos.

O apresentador Datena, talvez por confundir a audiência do seu programa na Band, com popularidade eleitoral, acreditou que pudesse trilhar o mesmo caminho de pessoas que tiveram parentes vítimas de tragédias ou que estiveram ligadas de alguma forma, a casos de tragédias humanas amplamente explorados em seu programa policial de grande audiência, e que conseguiram se dar bem na política, como por exemplo, os deputados estaduais por São Paulo, Delegado Antonio Olim e Márcio Nakashima, eleitos em 214 e 218, respectivamente, a partir da repercussão do assassinato da jovem advogada Mércia Nakashima. Olim, foi o delegado responsável pela elucidação do crime e Márcio é irmão da vítima.

Além desses dois, o programa apresentado por Datena, também projetou na política, com reforço da onda bolsonarista, os delegados Palumbo e Da Cunha como deputado federal; o coronel Telhada também para a Câmara Federal e o capitão Telhada, filho do coronel, para o poder legislativo estadual em São Paulo. Além de muitos outros.

As participações diárias dessas personalidades no programa Brasil Urgente, na Band, assim como em outros programas do gênero, no rádio e na televisão brasileira, lotaram a política de vítimas de tragédias humanas e "heróis".

Os casos de Isa e Datena, confirmam o que estamos acostumados a ouvir nas ruas "O povo só gosta de barbaridades: violência e putaria". Mas a putaria tem de ser 'compartilhada' e não "camuflada", como fazem os famosos que pagam de "gente boa" e acabam passando imagem fora da realidade. Se fosse possível testarmos a popularidade de Dercy Gonçalves (falecida em 2008), em alguma circunstância política no Brasil quando a atriz estava no auge da carreira, talvez pudéssemos entender melhor essa sabedoria popular atemporal.

Os artistas que se aventuram na política, acreditando que sua presença constante na televisão, no rádio e nos jornais, são suficientes para conquistar o voto do eleitorado, precisam aprender com os casos de uma mulher simples, que apenas comanda um cabaré no interior do Mato Grosso do Sul, e se deu bem na política; e da derrota eleitoral de um famoso apresentador de televisão, José Luiz Datena, o qual fez prosperar na política várias das personalidades que tiveram algum tipo de participação em seu programa policial.


Candidatos: Isa do cabaré (vitoriosa), Alexandre Correa e Zilú Godói, perderam a eleição.

A verdade é que a população enxerga o artista ou seu ídolo como alguém superficial, inalcançável, fora da realidade. Certamente, por isso, por confundir telespectador com eleitor, o artista que se aventura na política, acaba passando vergonha pública. 

Nessas eleições municipais, a ex-mulher do cantor sertanejo Zezé Di Camargo e mãe da cantora Wanessa Camargo, Zilú Godói, mudou-se dos Estados Unidos para disputar uma vaga na Câmara de Vereadores de São Paulo, e ficou só na pretensão. 

Assim como Zilú, o humorista do Programa do Ratinho, Marquito, e o ex-apresentador de telejornal do SBT, Dudu Camargo,  também disputaram as eleições para o legislativo municipal na capital paulista, e perderam em número de votos até para a dona do cabaré do município de Dourados, no Mato Grosso do Sul.

A mãe de MC Gui, Maria Costa, apostou na fama do filho artista e lançou-se candidata a vereadora no município de Santa Luzia, Minas Gerais. Conseguiu apenas 68 votos. Já a mãe do ator Bruno Gagliasso e sogra de Giovanna Ewbank, a chef de cozinha Maria Lúcia, tentou surfar na onda do filho famoso, ex-ator global, ao concorrer para a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, mas naufragou. Perderam, as duas Marias.

Nessas eleições teve até subcelebridade que tentou pegar carona na fama da ex-mulher para se aventurar na política. É o caso de Alexandre Corrêa, ex-marido da apresentadora Ana Hickmann, da TV Record. O candidato, além de perder feio a eleição, ainda virou alvo de deboche do atual marido da sua ex. 

Vários participantes do reality show BBB do mestre Boninho, da TV Globo, também disputaram as eleições municipais em São Paulo: Babu, do BBB 12; Mara, do BBB 6; Marília , do BBB 23; Sol Verga, do BBB 4 e Adrilles, do BBB 15. Só este último, conseguiu se eleger para a Câmara Municipal de São Paulo, com pouco mais de 25 mil votos. 

Só pra ilustrar melhor a reflexão sobre a conduta do brasileiro que abomina a hipocrisia e demonstra grande interesse por "violência e putaria", deixamos aqui algumas perguntas: O programa do Datena na Band, tem muita violência? O reality show BBB da Globo, tem violência e putaria? O caso de Alexandre Correa com Ana Hickmann e Edu Guedes, tem violência e putaria? Claro, que todos esses casos têm essas evidências popularmente "aceitas". No entanto, o erro está em subestimar a sabedoria popular ao tentar escondê-las do eleitor na hora de conquistar o voto.

Evidentemente, a eleição da dona do cabaré em Dourados, foi impulsionada  pela 'putaria' explicitada nos próprios discursos públicos da candidata, o que demonstrou para o eleitorado local, sua verdade nua e crua. Por isso, Isa conquistou a simpatia do público.

O fato é que foi necessário transformar a dona do cabaré em autoridade para botar ordem na zona do município de Dourados, no interior do Mato Grosso do Sul.

Assim como na política, a putaria é muito dinâmica. E uma boa parcela do eleitor que se diz moralista e defensor dos princípios familiares - mas que visitam bordeis -, tem priorizado mesmo à confiança em pessoas anônimas que convivem na comunidade, em épocas de chuva, de sol, de festividades, de catástrofes ambientais ou tragédias humanas,  porque entendem as suas necessidades; sofrem, mas gozam juntos.

Exemplo disso vem do município de Palhoça, região metropolitana de Florianópolis, estado de Santa Catarina, onde a população elegeu pela 12ª vez o vereador Nirdo Artur Luz, que tem 70 anos e vai completar 52 anos no parlamento municipal. 
 

Publicidade

Publicidade



COMENTÁRIOS

Buscar

Alterar Local

Anuncie Aqui

Escolha abaixo onde deseja anunciar.

Efetue o Login

Recuperar Senha

Baixe o Nosso Aplicativo!

Tenha todas as novidades na palma da sua mão.